segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O que é a verdade?

A verdade é como as coisas eram, são e sempre serão. Se cada pessoa ou povo tivesse o direito de criar suas próprias verdades, a consequência óbvia seria o caos. Isso se comprava facilmente quando se exemplifica através de leis reconhecidas como básicas, como as de trânsito, ou respeito à propriedade alheia, por exemplo. Mas parece mais difícil de compreender quando citam-se exemplos nos quais, aparentemente o ser não prejudica ninguém, ou ninguém além de si próprio. (Mas sejamos sinceros, alguém que não cuida bem da própria vida não está muito distante de prejudicar os demais).
Há quem diga que em questões como a escolha sexual, hábitos degenerativos como o uso de drogas, alcool ou fumo, honestidade ou fidelidade não existe certo e errado, com a absurda justificativa de que cada um tem sua verdade. Isso é mentira! Cada um tem sua realidade, influenciada pelos aspectos mais diversos, mas a palavra verdade, significa outra coisa...
A verdade não muda conforme a circunstância ou vontade, o que é certo é certo e o que é errado é errado. Certa vez me disseram: Você pode não aceitar, mas cada um tem a sua verdade. Eu respondi: Você pode não aceitar, mas existe uma verdade superior a tudo que os homens inventam ou decidem.
Entendo claramente que o ponto de vista seja uma questão individual, mas a ousadia de substituir esse direito pela palavra verdade, é inaceitável. E para onde leva essa tendência? Para a fonte de todo mal, é claro. Se enfraquecemos a noção de certo versus errado em nosso próprio cotidiano, como podemos esperar que nossos representante políticos, por exemplo, sejam portadores de irrepreensível caráter? Ora, eles poderiam dizer a qualquer momento: Tenho minha própria verdade, posso fazer o que bem entender! Ou há tantos trapaceando, que diferença fará minha posição? Se a verdade fosse algo relativo, suas desculpas poderiam apoiar-se nessas brechas, mas não é o caso.
De pequenas coisas provém aquilo que é grande... Se uma criança é ensinada constantemente a ser amigável, responsável e honesta (inclusive não colando em testes escolares) e contando com um sólido exemplo dos pais nos quesitos ensinados, ela cresce com hábitos de alguém confiável. Se o respeito ao próprio corpo é ensinado e enfatizado na infância e adolescência, a autoconfiança é fortalecida e a pessoa não se submete à práticas degradantes, onde o corpo é tratado e visto como um mero objeto, e a mente devaneia osciosa entre gestos futeis e grotescos, como os do tão famoso funk.
Não estou dizendo que devemos sair por aí apontando o dedo para os que estão ao redor, julgando e condenando quem fez ou faz algo errado, mas o fato é que quanto mais adeptos a doutrina da “própria verdade” conquista, mais confusa se torna a sociedade. E quanto mais cidadões forem comprometidos em fazer o que é CERTO com suas próprias vidas, menor será a chance de produzirmos desiquilibrados que prejudicam os demais.
Há falta de valores morais em nossa época, mas eles não deixaram de existir só porque foram banidos da moda. No fundo, todo mundo sabe o que é correto ou não, pois a humanidade foi abençoada com algo chamado – consciência.
                                                                                                            Suzana A. Ribeiro

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